quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

São Cosme e São Damião


São Cosme e São Damião tem os nomes de batismo são Acta e Passio, nascidos na Arábia do século III, de família nobre e cristã. Os irmãos que não se sabe ao certo se eram gêmeos estudaram medicina na Síria , sendo catolicos e devotos usavam seus conhecimentos e orações na cura de seus pacientes e exerciam a profissão gratuitamente . Acusados de feitiçaria, por realizarem milagres, foram perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, onde foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
Alguns relatos afirmam que foram amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e inimigos dos deuses romanos. Em outra versão, na primeira tentativa de morte, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Depois de mortos, apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. Por terem exercido a medicina mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres". Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não foi comprovado, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.
No Brasil, em 1530, a igreja de Igarassu, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. No dia 27 de setembro, quando é realizada a festa aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitados com bandeirolas e alegres desenhos. 

No candomblé, são associados aos "ibejis", gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa " o enfeitado" e Damião, "o popular". 

 
Os devotos de São Cosme e Damião costumam “dar Caruru de Cosme” em suas casas durante o mês de setembro e principalmente no seu dia: 27 de setembro ou em dias comum como pagamento de promessas feitas aos santos. A festa já começa durante os preparativos, quando a família se reúne para cortar os quiabos em forma de cruz e depois em extreitas rodelas, preparar os temperos, torrar e triturar o amendoim e a castanha, temperar a galinha e fazer os seus pedidos também. A quantidade dos quiabos do Caruru, geralmente chegam aos milhares, a depender da promessa, devem ser cortados por quem está oferecendo.
No candomblé Cosme e Damião são filhos gêmeos de Xangô e Iansã. Os santos gêmeos possuem muitos simpatizantes e devotos, estes que todo ano fazem caruru para eles, chamado também de “Caruru dos Santos” e “Caruru dos sete meninos” que representam os sete irmãos (Cosme, Damião, Dou, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi) cita em seu livro “Cosme e Damião, O culto dos santos gêmeos no Brasil e na África” por Vivaldo da Costa Lima.

 Em casa onde existam Cosme e Damião, não entra epidemia, porque eles foram sempre considerados advogados contra “feitiços, bruxarias, mau olhado e espinhela caída”. Isso quanto às origens européias da devoção. No que se refere ao ramo africano, sabe-se que foram os nagôs que nos trouxeram os seus gêmos, Ibeji, transformados numa das maiores tradições vivas das populações baianas, especialmente. Nas casas de famílias católicas, suas imagens são comumente encontradas, em oratórios, pequenos altares ou simples prateleiras reservadas. No seu dia, estes pequenos altares tem desde de simples velas acesas, a oferendas como mel, caruru, balas e farofas de azeite. É comum també, distribuir pequenos saquinhos recheados de doces, balas e brinquedos as crianças nas ruas, comunidades onde se habita.
Os primeiros a serem servidos são os donos da festa: São Cosme e São Damião. As oferendas são precisamente colocadas no altar decorado para a ocasião Procedida a cerimônia, chamam-se os sete meninos, especialmente convidados para iniciar a comilança. A tradição manda que se prepare uma roda de sete meninos. Geralmente é colocada uma toalha de mesa no chão e as crianças se sentam ao redor. Eles geralmente sentam-se no chão e comem em pequenos pratinhos de barro, ou em um único grande prato como uma bacia. Não usam talheres, usam as mãos. Mas algumas mudanças já ocorrem em torno da tradição do Caruru de cosminho como misturar meninos e meninas, comer com talheres; ao final eles levantam-se e juntos cantam a musica de Cosminho juntos com os outros convidados da festa.
“São Cosme mandou fazer
A sua camisa azul
No dia da festa dele
São Cosme quer Caruru
Vadeia Cosme, vadeia!
Vadeia Cosme, vadeia!”
“Cosme e Damião
Vêm comer teu Caruru
Que é de todo ano
Fazer Caruru pra tu
Vem cá, vem cá, Dois-dois
Vem cá, vem cá, Dois-dois